Não sei se partilhas a minha opinião, mas detesto seguros! Detesto ter que pagar por algo que na maioria dos casos não precisamos, e pior, sermos obrigados a comprá-los para poder usufruir de certos bens, como um carro ou duma casa por exemplo. Para além disso, sei bem que as empresas de Seguros nadam em dinheiro, porque na maioria das apólices não tem qualquer custo (por não serem activadas), e quando os têm, normalmente farão os possíveis e os impossíveis para pagar o mínimo possível ou mesmo não pagar! Para quem trabalha na indústria de turismo, sabem bem que as comissões a ganhar por revender seguros de viagens são muito mais altas que vender hóteis, voos ou carros. Porquê? Porque as empresas de seguro fazem tanto dinheiro que se podem permitir pagar estas margens à sua rede de distribuidores!
Ok, depois de ter exprimido o meu lado anti-capitalista, idealista/utópico, a verdade: Um seguro é um mal necessário e é daquelas despesas que custam a pagar, mas sabendo as chatices/custos que nos podem evitar, pagamos sabendo que é um custo fixo da nossa vida, tal como a renda ou as compras no supermercado.
Numa viagem, é a mesma coisa. Ao preparar o orçamento para qualquer viagem, sejam umas férias de 15 dias ou viagem à volta do mundo de um ano, para além do custo do bilhete de avião, dos vistos, dos gastos em hotéis, refeições e transporte, o seguro de viagem tem que fazer parte obrigatória dessa orçamentação. Não é das despesas mais agradáveis de desembolsar, mas tem de ser.
Porquê? Porque shit happens ao mais prevenido e cuidadoso dos viajantes! Quem nos diz que o autocarro onde vamos não vai ter um acidente e temos que passar um mês no hospital? Aquela dor de barriga não ser mais uma diarreia mas uma apendicite? Partir uma perna durante um trekking em montanha e precisar de ser evacuado? Chegarmos ao nosso hostel/hotel e terem nos roubado a tablet/maquina fotografica/computador, no valor de largas centenas de euros? Um familiar próximo ficar doente e termos que comprar um bilhete de avião last minute a um preço exorbitante?

Ter um seguro de viagem é uma questão de bom senso, e apesar de ser um custo significativo, de várias centenas de euros, logo ao início da viagem, se algo correr mal, permitirá evitar rombos financeiros de vários milhares de euros. Comprar um seguro de viagem é acima de tudo, ter peace of mind, sabendo que se algo correr mal, estamos cobertos, pelo menos até um certo nível, das consequências financeiras desses cenários negativos! Pode fazer a diferença entre poder continuar a viajar ou ter que voltar para casa mais cedo, ou no pior dos casos, ter que se endividar para cobrir custos inesperados.
Agora que esclarecemos porque é obrigatório ter um seguro de viagens, saber que tipo de proteção subscrever no seguro de viagens, é já uma questão mais subjectiva, em que cada um tem que se decidir, que nível de segurança, que nível de peace of mind, precisa para se sentir seguro e confortável com o nível de risco inerente a qualquer viagem, para poder desfrutar ao máximo da viagem sem estar sempre stressado!
Podemos escolher sempre uma seguradora que nos cubra em mais tipos de episódios negativos, em mais tipo de actividades, ou que o plafond despesas cobertas seja mais alto. O bom senso e a necessidade de se sentir seguro, subjectiva a cada um, deverá ser o factor decisivo na escolha final.
Seguro de Viagens- Como escolhemos?
Houve especialmente três critérios que tomámos em conta na escolha do nosso seguro de viagens:
1) Boa proteção a nível de roubo de bagagens/pertences: dentro dos cenários negativos que um seguro de viagens cobre, um dos mais prováveis de acontecer é o roubo de bagagens ou de equipamento electrónico tipo máquina fotográfica/tablet/computador. A grande maioria dos seguros de viagens ou não cobre estes items, ou o valor por equipamento é muito pequeno (de que vale receber no máximo 200 euros por uma máquina fotográfica que custou 1000€?)
2) Boa protecção a nível de despesas médicas. Esta é verdadeiramente o item mais importante do seguro de viagens e tentámos procurar um seguro com um bom valor de cobertura , dentro dos valores praticados pelas outras seguradoras.
3) Custo: quando se parte numa viagem de um ano, a dois, o valor do seguro pode facilmente ascender a mil e muitos, dois mil ou mesmo três mil euros, dependente de diferentes seguradoras, e as condições e plafonds. Tal como nas vacinas, optámos pela opção não mais completa/cara, mas por aquela que nos dá um valor correcto de cobertura (para nós) e que nos sentimos confortáveis com o peace of mind que pretendemos.
Depois há outros critérios importantes a analisar como franquia para activar o seguro, cobertura de repatriamento, cobertura de despesas para interromper a viagem para ir visitar um parente próximo em caso de doença, ou que tipo de actividades outdoor estão cobertas. O importante é decidir quais são os critérios mais importantes para ti, utilizá-los para comparar as diferentes opções, mas ler sempre as outras condições.
Seguro de Viagens- A melhor seguradora e a que escolhemos.
Na minha viagem anterior utilizei a Worldnomads, ( mas não precisei de o activar) . É a seguradora de viagens internacional, para backpackers e não só, mais estabelecida no mercado, com um site muito bem feito, que explica claramente as suas apólices de seguro, que cobrem tudo e mais alguma coisa, com plafonds muito elevados. (exemplo, a cobertura médica é de 3.5 Milhões de Euros, suficiente para…sei lá, um transplante de coração?!) Acima de tudo, é uma seguradora que tem a reputação de em caso de haver efectivamente um problema ser muito reactiva e reembolsar rapidamente os custos! Podem ver uma experiência do blogger FM Gomes aqui. Se estiverem interessados em comprar este seguro, podem utilizar o seguinte link, com o código de desconto FMGOMES, para um desconto de 7% que o Filipe negociou com eles.(declaração de interesses: o Filipe ganhará uma pequena comissão se comprarem via estes links, sem qualquer custo para vocês! Eu ganho o prazer de vos dar a informação que vos permite poupar dinheiro e de saberem que vão viajar bem assegurados! : )
Claro que toda esta qualidade e peace of mind vem com um custo. A simulação que fizémos, para um casal, durante um ano ficava em 1720€ e para cobertura extra, ficaria em 1880€ . Para além disso, o seguro para items roubados tem um plafond de somente 350€ por item na modalidade básica e 500€ na modalidade premium , o que acho pouco no caso de te roubarem um portátil ou uma máquina fotográfica de 1000€!
Como em Portugal não há verdadeiramente bons productos para viagens prolongadas de um ano, acabámos por escolher um seguro francês, por morarmos cá. O Chapka Direct, modalidade Cap Aventure que não tem uma cobertura tão extensiva como a World NOmads, mas considerámos aceitável, especialmente quando a vimos neste comparador de seguros para viagens à volta ao mundo francês (ça va le français? 🙂 ), onde este seguro era a primeira escolha dos viajantes franceses (40% deles!) Pagámos 864€, pela cobertura para duas pessoas durante um ano. Uma das condições mais atractivas é a de cobrir o roubo de bagagens até 2000 euros por pessoa, com um limite por item até 1000 euros, sem nenhuma franquia. A cobertura médica é de 200 000 euros (não dá para um transplante de coração, mas penso que deverá cobrir uma perna partida!), e outras coisas importantes como repatriamento, cobertura dentária e voo de emergência em caso de doença/morte dum familiar estão incluídas. Deixo-vos as condições detalhadas aqui.
A Chapka também tem uma versão em inglês, e qualquer residente da união europeia pode subscrever. Podem consultar as condições da apólice aqui. E podem utilizar o chat no website para perguntar as vossas dúvidas, tal como eu fiz, para verificar se qualquer cidadão da UE pode comprar este seguro!

E vocês? Costumam utilizar seguro de viagens? Qual deles? E como foi a vossa experiência, caso tenham tido que o activar?!