No final do nosso primeiro dia no Kruger, apesar de contentes tínhamos ficado com um saborzinho na boca que faltava algo. Faltava ver os felinos, faltava ver um rinoceronte…acima de tudo, tínhamos a impressão que as fotos que tínhamos tirado, apesar de boas, poderiam ser melhores!
Foi por isso que após uma pausa de dois dias (é cansativo um safari self-drive, conduzir o dia todo, enfiados no carro, com poucos sítios permitidos para sair e esticar as pernas, sem falar no cansaço mental e visual de estar sempre a olhar para o mato em busca dum pequeno movimento que indique um animal meio escondido!), voltámos ao Kruger, desta vez bem equipados, com este big boy que alugámos em Nelspruit:
Também fizemos um esforço para levantar cedo, e desta vez eram 7 da manhã quando estávamos a entrar no parque. E foi assim que começou mais um dia de Safari, excitados com a nossa grande objectiva e com a possibilidade de fazer grandes zooms sobre os animais, mesmo aqueles que já tínhamos fotografado imensas vezes anteriormente. Foram estas as nossas primeiras vítimas,
Após uma breve paragem ao fim de duas horas de condução, saímos da área de repouso e uns 200 metros à frente vimos um carro parado. Bom sinal! Quando lá chegámos perguntámos que animais estavam a ver e disseram-nos sussurrando: ” 2 chitas!” Bingo! Da última vez tínhamos estado 20 minutos a tentar ver também duas chitas, juntamente com 20 carros, sem sorte nenhuma! Mas desta vez, conseguimos vê-las bem, sobretudo com a nossa objectiva:
Depois duns bons minutos a tirar fotos partimos todos contentes, com um bom feeling que o dia estava a começar bem. E estava mesmo, porque alguns kilómetros mais à frente vimos uma dúzia de carros parados, a observar o único animal que ainda não tínhamos visto: o leopardo! E com um pouco de sorte e de boas manobras, conseguimos pôr o carro num sítio óptimo para sacar fotos:
O dia já estava ganho! Só faltavam mesmo leões e rinocerontes, se bem que já os tivéssemos visto em Addo ou em Etosha, na Namíbia. O resto do dia foi ficando cado vez mais calmo, porque com o calor os animais ficam mais tempo parados e à sombra..com excepção dos elefantes e girafas que se vêm facilmente por todo o lado! Gostámos particularmente desta manda de elefantes porque estavam dentro de água e porque havia um bando de abutres ao pé da água que não tiveram alternativa a fugir quando os elefantes chegaram! Tivémos ainda a oportunidade de ver búfalos, que apesar de parecerem apenas umas grandes vacas, fazem parte dos big 5, já que quando atingidos por um caçador, são os animais mais perigosos de todos!
O sol já ia alto e estávamos a ficar cansados, já que nos tínhamos levantado super cedo. De repente, vimos um bando de passáros a fugir ao nosso lado! Fiz marcha atrás e pude ver uma espécie de peru preto, com a cabeça vermelha. Viria a saber depois que era uma ground hornbill, e é dos animais mais raros no Kruger. Há apenas 7 em todo o parque!! Muito mais raro de ver que um leão ou rinoceronte por exemplo. São animais em vias de extinção porque têm um ciclo de reprodução apenas de 6 em 6 anos, e quando algo acontece durante esse ciclo, como por exemplo, um elefante derrubar a árvore onde estava o ninho, o ciclo recomeça! O kruger tem neste momento um problema de sobre população de elefantes, com mais 6000 do que deveria ter, com a população em vias de duplicar nos próximos 10 anos! Um programa controverso de abate de elefantes, está a ser posto em marcha, para proteger a fauna e flora do Kruger, já que os elefantes destroem e comem tudo por onde passam!
O dia estava prestes a acabar e começámos a dirigirmo-nos par a saída. Tivemos ainda a oportunidade de ver outra vez hipopótamos, e de tirar boas fotos de perto com a nossa mega objectiva:
Estávamos contentes, ainda que o leão e o rinoceronte não tivessem aparecido! Ahhh, calma, mais carros parados! Eram leões! 5 deles, mas muito lá ao fundo, difícil de ver…bom, não foi aquele sentimento de proximidade com a vida animal, mas fica para o registo que também vimos leões nesse dia!
Nesta segunda visita ao Kruger ficámos em dois sítios diferentes, fora do Parque (se puderem, fiquem dentro do parque, mas é necessário reservar com MUITA antecedência).
Na primeira noite ficámos no Chestnut Country Lodge, uma antiga quinta em Kiepersol, perto de Hazyview, a base para explorar o Kruger. A quinta é feita de dois edifícios de um andar e compridos, com jardins à volta, com uma vista incrível sobre plantações de limões e macadamia, num ambiente clássico e acolhedor! Chegar ao fim do dia, beber um copo dum bom vinho sul africano enquanto olhamos para aquela paisagem africana é uma boa recordação que levo deste sítio!
Na nossa segunda noite ficámos em Hazyview, na Laughing Waters Guest House, um sítio muito acolhedor, também no meio duma quinta de Macadamia. Os donos, um simpático casal de Sul Africanos, fizeram-nos sentir em casa, e a Caroline prepara um pequeno almoço genial. Há vários cães que dão vida a esta casa enorme, com um jardim bem tratado e uma piscina! Gostei particularmente ainda da sala de estar, com grandes sofás em xadrez, num ambiente muito casa de campo!
Declaração de interesses: ficámos nestes dois sítios a convite dos proprietários. Como sempre, as opiniões aqui escritas são as nossas.