Primeiro Balanço da nossa Volta ao Mundo- As 7 perguntas que toda a gente me faz!

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Agora que já passou quase um mês desde o fim da nossa viagem e já pus o tempo com a família e as doses de bacalhau em dia, começa a haver algum recúo e vagar para reflectir um pouco nesta incrível experiência que foi a nossa viagem à volta ao mundo. Todas as pessoas que encontro perguntam-me como é estar de volta, como foi a viagem, qual foi o país que mais gostámos,  entre outras perguntas…

Imagino que vocês, se me apanhassem na rua fariam perguntas semelhantes. Ficam então aqui as minhas respostas:

 

1) Como é estar de volta depois de onze meses a dar a volta ao mundo?

 

É um estado de espírito misto. Não diria que é bem uma tristeza por ter acabado, mas mais uma nostalgia, não fosse eu português! Onze meses a viajar de forma quase ininterrupta é muita fruta e o cansaço acumula-se facilmente. Ou seja se por um lado há uma alegria de voltar a casa, ver a família e amigos e quase uma espécie de alívio de não termos que fazer mais uma vez a mala ou apanhar mais uma vez um autocarro de 15 horas, por outro lado há a tristeza que uma fase da nossa vida, que iremos sempre guardar no nosso coração como uma das melhores e únicas, tenha terminado. Estamos portanto numa terra de ninguém, nem muito tristes, nem muito contentes. Estamos numa espécie duma twilight zone,  com um jetlag que vai demorar alguns meses a passar!

De uma forma concreta estamos super contentes com a nossa viagem mas também estamos contentes de estar de volta e de começar novos projectos!

 

2) Como correu a viagem?

 

Esta é daquelas perguntas que da minha boca sai um banal “Correu bem” e na minha mente passam centenas de imagens a mil à hora, desde os safaris em África até às ruínas de Machu Picchu. É difícil transmitir por palavras numa conversa banal de circunstância o que vivemos e  vimos. A única pessoa com quem posso realmente falar da viagem, sem dizer muitas palavras é a Hélène, que vivenciou as coisas comigo e sabe como me sinto. Quando falamos da viagem é mais em termos de pormenores tipo: “lembras-te daquele hotel onde ficámos” ou “lembras-te daquela personagem que conhecemos?” São coisas pequeninas, que muitas vezes seria uma seca para contar a alguém, ou mesmo aqui no blog, mas são as nossas pequenas coisinhas que fazem uma viagem destas especial.

De uma forma banal, poderia dizer que a viagem foi incrível, que vimos uma sucessão de paisagens, gente, comidas, culturas, que foi quase uma overdose de experiências incríveis, condensando num ano viagens que muitas pessoas demoram anos ou mesmo uma vida a fazer. O grande item em qualquer bucket list, dar a volta ao mundo, está feito, venha o próximo!

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3) Qual foi o país que mais gostámos?

 

Esta é difícil e vai merecer um post próprio. Cada país tem o seu encanto próprio por coisas específicas, mas  a África do Sul foi o nosso coup de coeur, como diriam os franceses e que recomendamos a toda a gente de ir imediatamente. Talvez por ter sido o primeiro país onde estivémos, adorámos a roadtrip, os safaris, as paisagens de tirar o folgo das vinhas, do Cabo de Boa Esperança e do Blyde River Canyon, aliado à parte socio-cultural de tentar perceber como funcionava a sociedade com os seus problemas raciais deu uma certa pica. Depois a Namíbia, a Nova Zelândia, a Ilha de Flores na Indonésia, as paisagens dos Andes Bolivianos e o Brasil foram incríveis também! Muito mais detalhes sobre este tópico num dos próximos artigos.

 

4) Que mudaríamos na nossa viagem se a fizéssemos outra vez?

 

Esta também é complicada. Se por um lado tenhamos achado que onze meses de viagem pura e dura um pouco cansativo, gostámos de todos os países por onde passámos e seria complicado abdicar de um para passar mais tempo noutro, num ritmo mais tranquilo. Se daqui a uns anos fizer outra sabática e outra viagem grande, escolheria talvez algumas bases de descanso a cada dois meses por exemplo, onde ficar umas duas semanas e aprender alguma actividade como surfar, yoga ou tocar ferrinhos. A parte de voluntariado foi algo também que claramente faltou na nossa viagem e que gostaríamos de ter feito. Também gostaríamos de ter feito uma viagem um pouco mais activa a nível de trekkings e actividades, mas o orçamento limitado e o episódio em Hanói limitou-nos bastante!

 

5) Qual foi a maior surpresa da viagem?

 

Tirando o episódio em Hanói, que encurtou a nossa visita ao sudoeste asiático, especialmente as ilhas tailandesas e Indonésia, as coisas correram mais ao menos como esperávamos. O que não estávamos mesmo a contar foi o sucesso em estabelecer parcerias de promoção com tantos hotéis e operadores turísticos, interessados divulgar a sua imagem à nossa audiência. Isto fez com que em cerca de dois terços das noites tenhamos dormido em hotéis bastante (ou muito) bons, que de outra forma nunca teríamos tido orçamento para ficar! Se por um lado a experiência foi incrível e nos fez conhecer sítios incríveis e muitos dos seus proprietários com histórias interessantes e inspiradoras, afastou-nos um pouco do circuito dos hostels e dos backpackers, pelo que acabámos talvez por conhecer menos viajantes do que se tivéssemos feito uma volta ao mundo standard!

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6) E orçamento, foi respeitado?

 

Ui não. Assim por alto tivémos um desvio de cerca de 1/3 (gastámos mais claro!). Ou seja, estávamos a apontar para 30 000 euros despesa total da viagem e no final devemos ter gasto à volta de 40 000. Porquê? Várias coisas como despesas médicas inesperadas, voos , transportes e tours mais caras do que estávamos a contar. Depois como sabia que iria voltar a trabalhar imediatamente após regressar, havia a certeza que o dinheiro que tínhamos posto de parte poderia ser recuperado com algum tempo de poupança. Assim sendo preferimos aproveitar os últimos meses de uma maneira mais folgada. Ou seja, há lições a aprender a nível de orçamento que vos irei contar brevemente. Como já vos expliquei antes de partir, cada viagem tem o seu próprio orçamento, consoante o itinerário escolhido, estilo de viagem e claro, possiblidades monetária. Viajar é uma actividade eclética, “para o menino e para a menina”. Aliás penso que quanto menos dinheiro se tem, mais fora da nossa zona de conforto iremos e mais incrivel e autêntica será a experiência!

 

7) E agora, grande depressão de voltar à vida real?

 

Não, nada disso. Pelo contrário. Estamos contentes por voltar à “vida normal”, que é feita de pequenos hábitos e prazeres, de amigos e família, de pequenos e grandes projectos! Há que dizer que se num fim duma volta ao mundo, uma experiência que abre horizontes, voltamos exactamente para o mesmo sítio para viver e para o mesmo trabalho, é um pouco um sinal que a nossa vida não era assim tão má! Por enquanto estamos contentes por voltar ao Sul de França, a Antibes, com a praia, mar e bom tempo, com as montanhas já ali para fazer umas caminhadas! Mesmo a parte de voltar a trabalhar é atractiva. Depois de 11 meses na estrada de lazer e algum trabalho aqui no blog, estou com vontade de voltar a trabalhar, num novo projecto que consegui encontrar, com pessoas inteligentes e com objectivos ambiciosos! (ps: este é o estado de espírito uma semana após começar a trabalhar. Daqui a 1 mês faço o update!)

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Ficam assim um primeiro balanço da viagem, sob a forma de perguntas que tenho recebido. Muito mais divagações, filosóficas ou mais práticas são possíveis e aparecerão em momento oportuno!

Mais perguntas? Força, tentarei responder nos comentários, ou se for uma resposta grande de mais, faço um novo post!

 

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