Na maior concentração de elefantes do Mundo- Addo Elephant Park

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Para os viajantes que têm o luxo do tempo para uma viagem mais alargada na África de Sul e podem se aventurar para além da Garden Route, Port Elizabeth é uma prenda merecida. Mas a a melhor razão para continuar a viagem para esses lados é mesmo o Addo Elephant National Park. Apesar de ainda não termos estado no Kruger, depois de termos passado um dia inteiro neste Parque Nacional, vimos 4 dos Big 5 (faltou-nos apenas o leopardo) e estaríamos quase satisfeitos a nível de vida selvagem se fôssemos já embora.

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A cerca de uma hora de Port Elizbeth, Addo é um programa ideal durante o dia. Para quem quiser ficar mais de um dia, também há a possibilidade de dormir no Parque, nuns chalés muito simpáticos a 20 metros da rede que separa a zona “civilizada” da zona selvagem. Nós tivemos oportunidade ali ficar, a convite do Turismo de Port Elizabeth, e foi uma óptima experiência, nem que seja por termos podido descansar imediatamente após um dia inteiro a visitar o parque e acordado com um pôr do sol magnífico e com o barulho dos pássaros. ( Não é impossível ver animais da janela, mas penso que será difícil- devem preferir estar em zonas mais sossegadas do parque!)

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O parque de Addo está em processo de expansão, e brevemente será o terceiro maior parque da África do Sul, e é o único que tem uma zona costeira e o único sítio do mundo onde se podem ver os big 7 ( um termo cunhado pelo parque de Addo, que aos tradicionais big 5 (leão, leopardo, elefante, búfalo e rinoceronte) juntam-se a baleia e o tubarão branco! A mensagem é claramente que há muitos mais sítios para ver a vida animal na África do Sul para além do mega conhecido Kruger. Addo é uma excelente alternativa se o vosso itinerário não vos levar nessa direção.

A paisagem em Addo não é aquela típica savana que imaginamos quando pensamos num safari em África. Não há o capim dourado ou aquela árvore solitária onde os leopardos descansam. Pelo contrário, em Addo há muitas poucas árvores, (uma das razões sendo os elefantes que as destroem completamente, quando as desbravam para comer as folhas) e o mato é muito denso, a uma altura considerável, o que torna difícil muitas vezes avistar os elefantes, se bem que quando os vemos é de muito perto, mesmo ao pé da estrada, ou mesmo NA estrada!

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Tivémos a oportunidade de fazer esta viagem de jipe(mais alto que um carro normal, logo melhor visibilidade), com um guia estupendo, Craig Duffiel, que conhece o parque como a palma da mão e consegue com relativa facilidade saber por onde andam os animais, o que para quem tem apenas um dia para descobrir o parque compensa imenso. Mas vimos imensa gente em carros normais, sem guias, e tenho a certeza que também tiveram uma óptima experiência (porém não sei se conseguiram ver num dia 4 dos big 5 como nós!)

Com 450 elefantes, Addo conta com a maior concentração de elefantes num parque natural do mundo! É preciso muito azar para não se deparar com vários elefantes ao longo do dia. Comparando com os leões que dormem cerca de 17 horas por dia, os elefantes dormem apenas durante 4 horas por dia (não seguidas) sendo a maioria do dia passados a comer cerca de 200 kg de tudo o que de verde encontrem pela frente, e a beber até 200 litros de água. Claro que disto tudo resulta muita bosta, que cobre o parque todo!!

O interessante foi também aprender quais os sinais que os elefantes nos dão quando invadimos o seu espaço privado, ou quando não estão em modo amigável: quando levantam a tromba na nossa direção e batem o pé, o melhor é irmos embora. Da mesma maneira, quando seguem o seu caminho e nos aproximamos demais, um simples olhar de lado do elefante evidencia que estamos a entrar na sua zona privada e é melhor não nos aproximarmos mais! Muito importante é identificar os machos na altura do cio, que evidenciam normalmente uma mancha de humidade na zona das orelhas. Com estes elefantes é melhor manter mesmo a distância, porque têm as hormonas aos saltos e podem ser imprevisíveis!

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Para além dos elefantes tivémos oportunidade de ver ao longo do dia muitos outros animais, de pequenos e caricatos, como os facóceros, até aos reis da savana, os leões- que infelizmente, por estarem a dormir, não impressionaram muito. Dos big 5, um termo cunhado pelo mundo da caça para identificar os 5 animais mais perigos de caçar, pudémos ver 4, incluindo um rinoceronte bastante ao longe e uma manada de búfalos. Faltou-nos apenas o leopardo, que apesar de viverem no parque são muito difíceis de encontrar nestas paragens!

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Se estiverem por estes lados, e procurarem um guia turístico para vos mostrar Port Elizabeth, as suas townships e acima de tudo o Addo Elephant Park, não vos posso deixar de recomendar os serviços do Craig. Além de ser um tipo muito porreiro e excelente guia (uma enciclopédia de informação da história da região e da vida animal), tem um grande coração, gerindo paralelamente à sua operadora turística uma NGO com varios projectos de cariz social nesta regiao (www.mosaiclife.co.za). Se quiserem visitar a África do Sul e estiverem à procura dum operador local para vos fazer um programa personalizado, a agência de viagens do Craig também se ocupa desse tipo de itinerários. ( Coordenadas do Craig: (www.mosaictourism.co.za email: [email protected] )

(Declaração de interesses: O Craig foi o nosso guia em Port Elizabeth, como parte do nosso Nelson Mandela Bay Pass. Depois da visita, e sabendo que iríamos para Addo num dia em que tinha um cliente para levar à Reserva, ligou-nos para saber se gostaríamos de nos juntar-mos a eles, sem esperar nada em troca. Aceitámos prontamente, e ainda tivémos oportunidade de comer um excelente braai sul africano (barbecue) preparado por ele!)

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