Ahh….viajar à volta do mundo durante um ano! Quem não gostaria de o fazer? Tanto assim é que uma viagem destas é normamente o que as pessoas dizem que fariam se lhes saísse o euro milhões! Felizmente não é preciso ser-se rico para viajar . Basta muita preparação, poupança e realmente querê-lo! Depois, durante um ano, é desfrutar deste sonho, sabendo que este é provavelmente um dos melhores anos da nossa vida! Conhecer pessoas que nunca conheceríamos, provar comidas diferentes todas as semanas, ver paisagens incríveis, descobrir aqueles detalhes curiosos e engraçados de cada cultura…É uma experiencia única que se prolonga dia sim dia sim, abrindo-nos horizontes e, provavelmente, mudando a nossa vida para sempre!
Mas como em tudo na vida, nem tudo são rosas quando se viaja durante um ano, quando estamos longe de casa, da nossa zona de conforto… Muitas vezes me perguntam do que é que sinto mais falta durante estes meses todos do outro lado do mundo, o que é que, nos dias mais difíceis, suspiro e gostaria de poder usufruir? Sejam pequenos detalhes ou algo mais importante, deixo-vos aqui as 10 coisas que fomos sentindo falta durante a nossa viagem e que todos nósquando estamos em casa devemos dar o devido valor!
1) Família, Amigos e bacalhau!
Comecemos pelo básico. A vida dum viajante, na sua componente mais elementar, não é diferente da vida dum emigrante no sentido em que estamos longe de casa. E para qualquer pessoa nestas condições, o mais difícil é mesmo não estar perto dos amigos, da família, ver os sobrinhos crescer, e claro, falhar as reuniões de família cheias daquelas delícias que nos fazem salivar por este mundo fora, sendo ainda pior quando vemos as imagens das mesas cheias via skype, enquanto o nosso jantar foi um mísero prato de noodles!
2) Poder escolher o que vamos comer!
Numa viagem em que quase todas as refeições são fora, parece incrível que não possamos escolher o que comemos! Mas não…seja por restrições orçamentais, ou por simplesmente não existir, a maior parte das refeições são condicionadas pela gastronomia local. No sudoeste asiático por exemplo: Noodles, arroz, crepes fritos. Ou então comida ocidental industrial: pizzas, massas, hamburgeres. Por vezes em hostels podemos cozinhar, mas mesmo aí estamos limitados pelo espaço, utensílios e mesmo ingredientes que encontramos no supermercado (ou que não estourem com o orçamento). Que saudades de ir ao supermercado, com uma listinha de compras e fazer uma grande almoçarada de domingo!
3) Um bom colchão,a nossa almofadinha e a certeza duma noite tranquila!
Uma das grandes incógnitas a cada novo sítio em que se fica, é se vamos dormir bem. A começar pelo colchão, será que nos vamos afundar e ficar com as costas num 8? E almofada? Será moldável e cheia como gostamos, ou lisa tipo lençol? E os outros hóspedes? Vão entrar bêbados às 04h da manhã? E lá fora? Vamos ser acordados às 07 da manhã pelo trânsito ou pelas obras?
4) Um bom duche de água quente- garantido!
Um dos pequenos prazeres desta vida e um dado adquirido é chegar a casa depois de um dia de trabalho ou duma futebolada e tomar um bom duche de água quente. E ao acordar, um duche é obrigatório para começar bem o dia. Pois, em viagem, água quente não é um direito adquirido! A certeza de o ter é normalmente proporcional em quanto gastamos no alojamento, mas às vezes há excepções a esta regra, e a água quente do melhor dos hotéis pode falhar no pior momento!
5) Estar comunicável e poder comunicar
Viajar hoje em dia é muito mais fácil que há 10, 20 anos. Há wifi por todo o lado. E facebook, gmail messenger, whatsapp e skype torna a distância mais fácil de superar e falar com amigos e familía quase todos os dias. Mas…há sempre aquele dia em que a 3G não funciona, o sinal de wifi do hotel é fraquíssimo, ou estamos perdidos no meio das montanhas. Não é que não se possa viver sem internet um ou dois dias, mas quando coincide com aniversários, ou outros momentos onde é preciso ligar para casa, reservar um bilhete de avião ou enviar um email urgente é chato e frustrante!
6) O nosso sofá ao fim do dia!
Como sabe bem, ao fim do dia, quer seja de trabalho ou de actividades ao fim de semana, de simplesmente, chegar a casa e arrochar no nosso sofa, no nosso cantinho de sempre, a vegetar em frente à TV, à tablet ou simplesmente sem fazer nada. Não é? Pois, este é dos pequenos prazeres e confortos da vida quotidiana que temos de abdicar quando viajamos à volta do mundo. Muitas vezes, ao fim dum dia a caminhar dum lado para o outro, o único sítio que temos para descansar é uma gare dum autocarros, um quarto de hotel minúsculo, ou bom, uma praia paradisíaca!
7) Comer uma grande salada, sem correr o risco de passar 3 dias na casa de banho.
Infelizmente, a grande maioria dos sítios exóticos e interessantes para se visitar ao longo duma viagem à volta ao mundo são sítios que a ASAE (inspeção sanitaria, para os nossos amigos brasileiros) não teria braços a medir, especialmente quando se viaja com um orçamento limitado! Comer nestes países é sempre uma ponderação entre preço, jogar pelo seguro a nível de higiene e claro, tolerância a uma dieta local, todos os dias (sim, porque há um limite para qualquer ser humano comer noodles e spring rolls, dia sim dia sim!). E após dias e dias a comer coisas fritas, só queremos mesmo comer uma saladinha para dar uma pausa ao nosso fígado. E aí, quebrando todas as regras de segurança alimentar durante uma viagem, é benzer-se e seja o que Deus quiser!
8) Mosquitos, Doenças & Co.
A saúde é um questão sempre presente quando se viaja. Começa nos preparativos, com as vacinas, com o estojo de medicamentos que tem de se carregar à volta do mundo e com o seguro de viagens que se compra para estar prevenido em caso de acidente! Não bastasse isso, a cada picada de mosquito, a cada sumo de fruta fresca, a cada salada há sempre aquele momento em que pensamos- Será que vou ficar 3 dias agarrado à sanita? Será que este mosquito tinha malária? Faz falta aquela paz de espírito quando estamos em casa em que uma picada de melga traz só mesmo a comichão e que pior que se pode passar depois de uma refeição é ter que tomar um choliatron para a visícula!
9) Programa de Fim de Semana!
É verdade que a maldição do mundo do trabalho é a Segunda Feira, em que tem de se ir trabalhar depois de dois dias de descanso! Mas, o outro lado da moeda é que sabe tão bem chegar à 6a feira e poder fazer tudo o que planeámos durante a semana! Ora quando se está numa viagem de vários meses, não há este prazer condensado de dois dias! Não há aquele suspiro de alívio de finalmente é sabado! Pelo contrário, o fim de semana é a altura em que todo o resto do mundo de trabalho entra em competição conosco pelos lugares nos transportes, nas praias, nos museus! Detestamos os fim de semana durante uma volta ao mundo! (excepto pelos mercados de fim de semana!)
10) O nosso desporto!
Para quem tem o hábito de praticar o desporto regularmente, seja por se manter em forma, por aliviar o stress ou simplesmente por prazer, viajar à volta do mundo pode ser duro, porque, de repente, já não temos a nossa piscina para ir nadar, a nosssa bicicleta ou o nosso ginásio. É verdade que acabamos por andar muito, seja nas cidades ou em trekkings, mas não é a mesma coisa! Esta tem sido das coisas que mais falta nos tem feito na nossa volta ao mundo!
E vocês, de que sentem falta de quando viajam pelo mundo fora?