Arequipa- Uma cidade colonial e um desfiladeiro imenso!

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As últimas semanas têm sido das mais duras da nossa viagem. O Norte da Argentina e a Bolívia são regiões lindíssimas mas ao mesmo tempo bastante pobres e sub desenvolvidas, especialmente ao nível de serviços para turistas (ler horas e horas de viagem em estradas esburacadas, hóteis manhosos, duches quentes às pingas, comida com efeitos imprevisíveis no estômago e rolos e rolos de papel higiénico gastos…). Juntem a isto altitudes entre os 2000 e os 5000 metros, onde o ar rarefeito tem diversos efeitos secundários, desde cansaço, sensação de falta de ar, acordar a meio da noite com ansiedade, dores de cabeça e aparelho digestivo (ainda mais) desregulado.

Mas vale a pena. Brevemente irei escrever um artigo acerca duma viagem incrível que fizémos ao longo de 4 dias pelas montanhas e desertos bolivianos, culminando no deserto de sal de Uyuni, onde poderão ver as paisagens literalmente de outro mundo (a nós fez-nos lembrar a lua!).

A travessia para o Peru, via lago Titikaka fez-nos sentir mais perto da civilização, mas foi ao chegar a Arequipa, a segunda cidade do Peru, que realmente sentimos que o “pior” já tinha passado. As ruas limpas, bem arranjadinhas desta cidade colonial, com a sua Plaza de Armas bem preservada e as várias igrejas coloniais intactas fizeram-nos sentir imediatamente bem vindos e relaxados! Para trás ficavam as cidades bolivianas de Tupiza, Uyuni, La Paz que visitámos que só davam vontade de partir!

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(Nesta altura da narrativa é também importante vos fazer uma confidência que para muitos será uma surpresa, para outros um sacrilégio, para outros no news. Viajar À volta do Mundo é uma experiência incrível, única na vida. Apenas um punhado de coisas estarão no mesmo patamar, como ter um filho (imagino), um projecto de voluntariado ou ver o Benfica ganhar a Liga dos Campeões). Mas sai-nos do corpo e a fatiga começa a aumentar significativamente a partir dos 6/7 meses, especialmente quando os sítios por onde passamos não são especialmente destinos de relax (ex: praias do sudoeste asiático)  mas sim destinos para visitar. O nosso itinerário pela América do Sul no último mês tem-nos levado por sítios incríveis mas são destinos para se visitar, para se descobrir. Falta uma praiazinha para recarregar baterias e recuperar das viagens de 20 horas de autocarro, da altitude ou dos efeitos secundários do Imodium. Estamos claramente a entrar numa fase em que estamos a abrandar o ritmo, estamos visitando apenas o essencial (nada de maratonas de igrejas e de museus!) e a aproveitar o lado mais confortável e pacato de cada sítio por onde passamos. ( o nosso planning para o último mês no Brasil também se modificou drasticamente, para acomodar este cansaço, e trocámos a visita as cidades coloniais pelo Nordeste Brasileiro!)

E foi por isso que adorámos Arequipa. Por ser civilizado, por ser histórico, por ter uma excelente oferta de restaurantes, alguns coffeeshops e um centro histórico simpático para dar uma voltinha de manhã, encontrar um restaurante simpático (entre eles o McDonalds- sim, fomos e soube-nos tãoooo bem, até aquele ponto em que nos arrependemos de ter comido fast food!) e depois voltar a passear pelas antigas ruas  para fazer a digestão.

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A maior atração de Arequipa é o mosteiro de Santa Catalina, um enorme complexo de vários edifícios religiosos, colorido de várias cores. A verdade? Não entrámos. Achámos o preço de entrada, à volta de 15 euros por pessoa caro para o nosso orçamento e sinceramente sentimos que não estávamos a perder algo de importante (esquesitices de quem viaja à 11 meses! Mas para quem viaja durante 15 dias e está fresco, penso que deve valer a pena!)

O desfiladeiro de Colca

Uma excelente razão para se vir a Arequipa é também para ver o terceiro  desfiladeiro mais fundo do mundo, o desfiladeiro de Colca, no Vale de Colca, a cerca de 3 horas de Arequipa. Há imensas excursões que partem de Arequipa e visitam o desfiladeiro. É possível fazer num dia, se bem que seja uma pequena loucura (saída de Arequipa às 3 da manhã!). O normal são dois dias com visita do desfiladeiro na manhã do segundo dia, num ponto chamado Cruz del Condor, onde podemos observar estes gigantes pássares andinos. A tour de dois dias é conveniente e barata, 60 soles (cerca de 20 euros por pessoa, com transporte, guia e dormida) se bem que é daquelas tours com 30 pessoas, de turismo de massa. Não gostámos realmente. Recomendamos que de Arequipa apanhem um bus para Chivay, a entrada do Vale de Colva, e daí planeiem a visita ao Canyon. Melhor ainda, vão até à aldeia de Cabanaconde, já no Desfiladiero De Colca e daí poderão fazer caminhadas dentro do desfiladeiro e ver este sítio em todo o seu esplendor! (nota: necessário estar em boa forma física, não só devido ao desnível das caminhadas mas também devido aos efeitos da altitude que tornam qualquer esforço mais cansativo!)

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Onde ficámos

Em Arequipa fizémos uma parceria com o recém aberto Hotel Katari, mesmo no centro nevrálgico de Arequipa, a Plazza de Armas, alojado num edifício que pertenceu a um antigo presidente Peruano, Jose Luis Bustamente Y Rivero.

Este é o hotel número 1 do booking.com em termos de pontuação dos hóspedes, e a experiência de quem fica aqui é mesmo a de quem fica numa mansão colonial, com todas as mordomias devidas. A decoração mistura para além de elementos coloniais artigos índios, o que cria uma fusão de estilos bastante interessante!

A melhor parte deste hotel, para além da qualidade do serviço e da decoração de bom gosto, é mesmo a localização nas arcadas da Plaza de Armas, que proporciona a melhor vista para o pequeno almoço da cidade:: a Catedral de Arequipa, com os vulcões cobertos de neve como pano de fundo. Certamente o pequeno almoço com melhor cenário desta nossa volta ao mundo!

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