Quem diria que o imolamento dum vendedor de rua numa pequena cidade tunisina iria desencadear uma onda de revoluções por todo o médio Oriente, levando milhões de pessoas a rua a protestar pela falta de perspectivas económicas, corrupção e falta de liberdade levando à queda dos regimes políticos na Tunísia, Egipto e Líbia e a manifestações e convulsões sociais, não só no Médio Oriente mas por todo o mundo?!
Infelizmente na Síria, a primavera Árabe tornou-se num primeiro Inverno, depois num segundo e vai entrar agora num terceiro, sem fim a vista. No que começou como uma revolução contra uma ditadura, degenerou numa guerra civil à moda da Guerra Fria, quando Russos e Americanos apoiavam cada um o seu lado, eternizando os conflitos (Angola, Mocambique…).
Na Síria a guerra tornou-se complexa e suja, assemelhando-se um campo de xadrez onde as peças são sírias mas quem as move são as eternar rivalidades Russia/Países Nato e Sunitas(Paises do Golfo…)/Chiitas(Irao). Como se não bastasse, temos ainda uma cereja em cima do bolo (envenenada, mas sem álcool) que são grupos extremistas islâmicos a trazer combatentes de todo o mundo (Chechenia, Afeganistão, Líbia..) em busca de Guerra Santa e de 72 Virgens..
É triste, e para quem teve na Síria antes da guerra e pôde desfrutar da hospitalidade, da tolerância entre diferentes religiões e viu um pais lindo agora destruído, faz-nos pensar na crueldade da guerra e como a ganancia pelo poder e a falta de tolerância religiosa podem criar as catástrofes que vimos entrar pela televisão todos os dias.
Em Janeiro de 2009 visitei a Síria, um dos primeiros países duma volta a Asia que durou 8 meses. Deixo-vos algumas fotos de Aleppo e Damasco, nomes que dantes faziam pensar em Mil e uma noites e hoje em dia trazem-nos tristeza:




















