A Fortaleza Portuguesa de Ormuz- Um legado da História Portuguesa que merece melhor!

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Como todos os portugueses tenho imenso orgulho na nossa história. Um  pequeno país, encostado a um canto da Europa,  que  depois de se ter livrado de espanhóis e mouros, ambicionou mais e partiu à descoberta do desconhecido, deixando a sua marca na história mundial . Quantos países da nossa dimensão podem-se orgulhar de ter um legado tão rico e valente?

Quando passei pelo Irão não pude deixar de ir visitar uns dos sítios mais emblemáticos da época dos Descobrimentos e da expansão marítima portuguesa, a ilha de Ormuz, situada à entrada do Golfo Pérsico, no estreito de Ormuz, entre o Irão e o Dubai.

Um pouco de história…

Para quem não está recordado das aulas de História, em 1507, Afonso de Albuquerque chegou à ilha de Ormuz com uma esquadra de 7 navios e  500 homens, com o objectivo de subjugar o governador local, de forma a controlar o acesso ao Golfo Pérsico e assim dominar o comércio marítimo ente a Europa e a Índia. Contando com uma vantagem militar decisiva, a artilharia, Afonso de Albuquerque rapidamente destruiu a esquadra inimiga  obrigando os persas a renderem-se e a aceitarem serem vassalos dos Portugueses. Mas logo em 1508, alguns capitães portugueses amotinaram-se  e juntando-se ao soberano de Ormuz, revoltaram-se contra Alfonso de Albuquerque, obrigando-o a abandonar a ilha. Albuquerque demorou 7 anos a regresssar, mas voltou. Em 1515, desta vez à frente duma frota de 27 navios e 1500 homens, conquistou definitivamente a ilha de Ormuz, e ergueu a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição para assegurar o domínio Português naquela zona estratégica. Ormuz era considerada a “Terceira Chave” do Império Português na Ásia, a par de Goa e Malaca, e permitiu aos Portugueses o controlo marítimo de toda a região. Ficou nas mãos dos Portugueses até 1622, altura em que, estando sob o domínio espanhol dos Filipes, a ilha foi tomada por uma aliança Anglo-Persa. Eram já os tempos do declínio português…

Ormuz hoje

O passado glorioso de Ormuz ficou verdadeiramente para trás. Hoje em dia, perdeu toda a sua importância estratégica e comercial para a cidade costeira de Bandar Abbas, no Irão, sendo apenas uma pequena ilha piscatória. Mesmo a nível turístico, recebe muito poucas visitas, que se dirigem antes à  ilha vizinha de Qeshm, a estância balnear do Irão, onde a oferta hoteleira e as praias abundam.  Apesar de ser uma referência na história Portuguesa, Ormuz,  representa para os Iranianos um breve período da sua história que não fazem questão em lembrar, promover ou preservar, em que foram subjugados por um pequeno país do outro lado do mundo, e cujo o maior legado que chegou aos dias de hoje foram as laranjas (em farsi, assim como por todo o médio oriente e Europa Balcânica,  a palavra laranja diz-se Portugal! uma curiosidade interessante…)

Foi com alguma emoção e expectativa que desembarquei na ilha de Ormuz e caminhei ao longo da praia e das habitações dos pescadores até chegar à fortaleza portuguesa.Aí, como bom Português que sou, vi-me invadido por um sentimento de saudosismo e nostalgia mas também de alguma tristeza, ao ver o estado de abandono geral a que este monumento histórico está hoje devotado…

O parque exterior é onde as crianças da ilha jogam à bola, a entrada é um portão de madeira entreaberto, as muralhas encontram-se num estado de ruína generalizado e há apenas uma pequena sala que faz de museu, com algumas fotografias e ilustrações, de outro tempo, de fraca qualidade e pouco valor didático. A importância deste sítio na história do nosso pais merece mais. Dou por mim a pensar nos milhões de euros gastos em Fundações Orientes, em programas estatais de preservação da nossa cultura e história, e como nada foi feito para preservar este monumento. Quanto custaria ao Estado Português, em parceria com o Turismo Iraniano, instalar aqui um pequeno museu, para celebrar a importância que esta pequena ilha rochosa teve na história mundial e na história dos dois países? Peaners, como diria o outro. Um painel com um inglês sofrível afirma que a fortaleza foi já restaurada 4 vezes. Talvez. Mas ainda há muito por fazer…

Estou decidido a enviar este artigo à fundação Oriente e perguntar se estão ao corrente do estado em que se encontra este monumento histórico português e se há planos para melhorar a actual situação!

Se estás solidário com esta causa, não te esqueças de partilhares este post nas tuas redes sociais para consciencializar as pessoas desta situação triste!

Deixo-te as fotos de Ormuz  e da Fortaleza Portuguesa, que apesar do estado em que está, continua imponente, passados 500 anos. Se vieres ao Irão, passa por cá, porque vale a pena. Este local transpira história e como há poucos turistas podemos passear pelas ruínas tranquilamente e imaginar as histórias de batalhas que estas pedras têm para contar!

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